sábado, 18 de janeiro de 2014

Coração dói

Desde que te conheci não consigo tirar você da cabeça. Também fica difícil te vendo todos os dias (ou quase todos) nas idas e vindas do trabalho. Amor a primeira vista, será que existe?
Quando você esta sozinho percebo olhares em minha direção, tentativa de se aproximar, puxar conversa, é tão prestativo, tão Homem, tão do jeito que eu gosto, mas não consigo ser natural com você, me aproximar, retribuir os olhares, dizer que estou a fim.
Quando você esta em grupo é tão diferenfe. Até vejo uns olhares discretos, mas normalmente fuma, tem atitudes tão sem noção, fala besteiras, fala intimidades, é tão moleque, não faz meu tipo. E ainda tem aquelas duas. Porque é tão diferente?
E aí veio a quinta-feira e passamos juntos aquele sufoco. Já saí do trabalho nervosa, apreensiva, doida para ver minha mãe, dar um abraço nela. Minha vontade de chegar logo em casa me fez pegar aquela van, com aquele motorista com o qual nunca ando, e você estava lá.
Tive muito medo, acho que nunca senti nada igual, achei que não fosse sair dali, que não poderia ver meus pais e meus sobrinhos novamente. Estava nervosa, desesperada, não tenho estrutura, sou fraca, chorona, chorava horrores e você ali tentando amenizar a situação, tentando me acalmar, me fazendo carinho no braço, até me fez rir, me senti protegida, amparada...
A água começou a baixar, eu quis descer e sair daquela van. Já não aguentava mais e você resolveu vir junto. Você tão atencioso, até estendeu a mão para caminharmos juntos, mas fiquei sem jeito e fingi que não vi. Mas caminhamos lado a lado.
Meu telefone toca e, mesmo sendo estranho dizer isso, parece que o encanto se quebrou ali, naquele toque. Era minha irmã que tinha ido me buscar. Ela disse que já estava na rua e que não poderia te dar carona, porque o carro estava cheio de tralhas. Me vi obrigada a dizer pra você que não ia seguir em frente, que ia ficar ali esperando por ela. Sei que você não gostou, que ficou chateado, mas não tive culpa.
Não te reconheci. Nem se despediu de mim, nem fez questão de me fazer companhia enquanto esperava por ela, me deixou ali aquela hora da noite sozinha, acelerou o passo e se foi.
Você que estava tão preocupado, no início, quando cogitávamos sair da van com toda aquela água, com o terno e com o sapato, deve ter me odiado, já que se molhou por mim e pra nada.
Me senti mal, muito mal.... Mas consegui entender a sua reação. Acho que não teria feito diferente no seu lugar.
Queria ter te agradecido o apoio, a atenção, o zelo e ter te pedido desculpa, mas não tive a oportunidade. Ficou para o dia seguinte.
Na sexta, como queria falar com você, fiz questão de pegar o ônibus no seu horário e lá estava você, lindo como sempre, mas você passou por mim e fingiu que não me viu. Impressão minha? Fiquei arrasada! Mas não desanimei, afinal desceríamos no mesmo ponto e nem que fosse no meio da rua, você ia me ouvir.
Você desceu dois pontos antes. Como? Porque? Justo hoje que queria tanto falar com você?
Passei toda a sexta com o coração acelerado, rezando para dar seis horas e te ver no ponto da van. Estava tão apreensiva que recorri ao livreto Minutos de Sabdoria e veja o que saiu.
Fiquei mais animada, mas ainda tinha que falar com você, mas você não apareceu no ponto da van.
Agora estou aqui. Rezando para o final de semana e o feriado de segunda passar logo e poder te ver. Só não sei se devo voltar nesse assunto depois de passado tanto tempo. Mas não falar também chega a ser falta de educação.
O pior mesmo é essa situação mal resolvida, pelo menos para mim. Nem eu estou me entendo, como posso te entender? E isso não vai mudar porque sei que não vou conseguir me abrir, abrir meu coração... Mas porque você também não pode ser mais objetivo? Facilitaria tanto as coisas. Talvez seja melhor te esquecer, só não sei como. Quero tanto viver essa história. Bem que meu coração e minha cabeça poderiam se entender né...

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