Fita crepe
Antes de tecer qualquer comentário, quero deixar duas coisas bem claras:
1) Acredito que violência não resolve nada e sou totalmente contra esse tipo de atitude.
2) Sou favorável a democracia e a liberdade de opinião.
Como diria Zeca Pagodinho: "Cada um no seu cada um / Deixa o cada um dos outros"
Não confundam as coisas!
Mas cá pra nós houve alguns exageros nesse episódio da fita crepe, vocês não acham?! E se fosse um "Zé das Couves" que fosse atingido por uma fita crepe na cabeça? Será que ele seria atendido por uma equipe de neurologistas? Se médico plantonista e clínico geral já é difícil achar nos hospitais públicos, quem dirá neurologista.
Tomografia computadorizada? Nem pensar! Esse aparelho deve ser artigo de luxo nos hospitais. Pouquíssimos hospitais públicos devem ter esse aparelho e se, por acaso, possuírem, será que estaria em funcionamento? Sim, porque ter é uma coisa, funcionar é outra bem diferente.
E se estivesse funcionando, será que fariam o exame na hora? No mesmo dia? Na mesma semana? Xiiiiiiiiiiiii, aí já é milagre demais né....
Mas vamos supor que o "Zé das Couves" seja um cara muito sortudo e tenha achado um hospital público onde tenha conseguido atendimento e que nesse hospital tivesse uma equipe de neurologistas e que tenha sido realizado o exame de tomografia na hora, vocês acham que ele poderia ser dar ao luxo de suspender todos os seus compromissos profissionais por conta de uma fita crepe? Será que seu chefe iria entender? Ou será que seu emprego estaria em risco? Talvez se ele tivesse aberto a cabeça, levado ponto, ele não pudesse faltar ao trabalho. E depender de INSS? Xiiiiiiii, deixa quieto!
Vale lembrar o texto de um dos artigos da Constituição da República Federativa do Brasil, que fala: "Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição."
Ele deveria ter aproveitado que está em campanha eleitorial e ter ido buscar atendimento num hospital público para ver de perto, pelo menos um pouquinho, o que sofre e como é tratado o nosso povo por esse Brasil a fora.
Esse é o Brasil!
País das ambiquidades!
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